sábado, 5 de março de 2011

GOTHE CROMO GOL




















O GOTHE CROMO GOL está de volta e trazendo uma grande figura do Futmesa Gaúcho. O vice-campeão Gaúcho de 2009 retoma a nossa série que conta um pouco da história de nossos botonistas.

Confira amanhã, no LANCE DE DOMINGO, o lançamento do que talvez poderá ser a principal Copa do nosso esporte nesta temporada 2011, e não perca a oportunidade de juntar-se a ela e mostrar que o Futmesa pode muito mais do que significar troféus, títulos, vitórias, gols e diversão.

Bem, com vocês agora no Gothe Gol, o jogador do Círculo Operário Pelotense - COP, curta mais uma história das mesas deste botonista do sul do Estado, Badia.

Tudo começou em meados de janeiro de 1970, quando com 5 anos de idade perdeu seu pai, na época, a família mudou-se da rua Álvaro Chaves para a rua Gonçalves Chaves ao lado do Teatro Guarani, na casa em frente morava a família Muñoz onde o caçula, João Luiz, jogava botão com seu irmão mais velho.

Conheceu então os panelinhas, comprados em supermercado e, posteriormente vieram os puxadores, fabricados pelo Sr. Becker. Ir na fábrica dele era uma maravilha, ficava longe da sua casa mas, pegavam as bicicletas e íam até o Seu Becker comprar puxadores, umas maravilhas que deslizavam muito bem na mesa da cozinha, mas nas lajotas trancavam um pouco.

Junto com o carrinho de lomba, que desciam o Guarani, o jogo de botão e o futebol eram os brinquedos, fabricar os goleiros de caixa de fósforos, Olhão, cheios de areia ou chumbo para não cair, faziam a alegria.

Com o passar do tempo, em 1980, por insistência de Aldyr Schlle, amigo de sua família, foi conhecer o futmesa oficial, encantou-se com o que viu, mesas enormes com arremates laterais para os botões não caírem no chão, botões todos iguais, enfim, algo organizado, com regras oficiais e tudo. Não deu outra, iniciava-se aí uma paixão.

Badia, João Luiz Muñoz, José Ricardo Silva (irmão de Luiz Fernado da Academia), se associaram na APFM (Pelotense). Badia não tinha time oficial, sua mãe era professora estadual, e então para manter a casa, a Badia e sua irmã, era muito difícil. Não podia gastar em bobagens como comprar um time de botão para ele, então a solução encontrada foi dada pelo Schlle. Mandou o Ochoa lhe emprestar um time!

Este Sr. Ochoa, ele nunca tinha visto, não conhecia, guri ainda, mas foi a pessoa que confiou nele e lhe emprestou um time vermelho com uma lista branca entre as camadas, jamais esqueceu disto, deixou-o levar o time para casa e tudo. 

Para Badia aquilo foi uma glória, jogavam na APFM, embaixo de uma escada na APFM, e ele que já era alto, quando virava de lado no intervalo do jogo, tinha que jogar meio agachado pois a escada do prédio ficava com seu volume de degraus para dentro, e era ali que estava o campo, o campo da gurizada iniciante.

Com o passar do tempo juntou uns trocos da carteira da mãe e foi ao seu Becker mandar fazer um time, lindo, preto com uma lista branca transversal, uma legítima Ponte Preta, cada camada de acrílico foi colada com perfeição. Achava aquele time maravilhoso, mas, para sua surpresa, não poderia ser Ponte Preta, pois o Sr.Sergio Pierobom já era Ponte. Então trocou o adesivo para um tal de Celtic, foi a primeira cartela de adesivos que achou numa livraria próxima.

Entrou para Engenharia Elétrica e os estudos fizeram com que parasse de jogar, voltou a jogar puxador muito raramente, pois jogar no chão e em mesa de cozinha não dava mais. Uma bela tarde de sábado, foi jogar na casa de José Ricardo Silva, pois havia na garagem, uma mesa de botão que o seu pai o presenteara, muito bonita, alta, com proteção etc, quase uma mesa oficial então. Nos intervalos entre uma aula ou outra, jogava seus amistosos na garagem do amigo.

Como a faculdade começou a apertar, seus botões ficaram esquecidos numa caixinha por muito tempo, depois veio esposa, filhos e sem tempo, nem lembrava dos botões.

Em 2002, quando fazia exames de rotina, seu médico disse, “ Badia, tens de praticar um esporte, chega desta vida osciosa ! ". Pensou, que voltar a jogar tênis não daria, futebol, pesado como estava, seria impraticável. Fazer o que ?????

Um dia passando pela rua Gal.Telles, viu num portão de garagem o escudo da APFM pintado e pensou em voltar.

Uma noite destas foi neste endereço que ficava a duas quadras de sua casa e procurou o Presidente, que na época era Charles, e pediu se poderia ir algum dia jogar um pouco. Na hora foi muito bem recebido e as portas da Associação lhe foram abertas.

Numa outra noite, procurou e achou seus times, pegou o filho e foram jogar botão. Quando abriu e tirou da caixa os atletas na APFM, um guri começou a rir dele e falou, “ Não se joga mais com este tipo de botão, agora eles são cavados ! ”. Era Joni, que estava dando dicas de como eram os botões e como se jogava então.

Deram-lhe o endereço do Marcos (Piruka), fabricante em Pelotas, pois o Sr. Becker não existia mais em seu meio, foi lá no Marcos com seu time e mandou cavar.

Badia lembra que o Marcos só dizia, “ Não cava este time , não vale a pena, ele ainda está inteiro, é uma pena fazer isto, etc ”. Muito teimoso, mandou cavar o time, fato do qual se arrepende até hoje.

Passou a ir quase todos as noites na APFM onde treinava com Joni, Victor, Getúlio, Marcelo Curi e José Mello, fazia parte da segunda divisão da APFM, tinha de treinar para enfrentar a pesada segundona e começar a jogar no meio dos feras.

Conseguiu trocar de série junto com José Mello e Carlos Pedroso. Com  o passar dos tempos, apesar das mudanças de endereço da APFM para Gal. Osório, depois para Santa Cruz, nunca mais largou seus botões.

Em meados de 2005, pela mão de Marcelo Curi e Getúlio, foi conhecer o Circulo Operário, conhecia só de nome e achava que fazia parte de uma padaria em Pelotas que leva este nome, não conhecia a grandeza da Entidade, a generosidade deste “clube” com sua comunidade, o ambiente com seus associados, enfim,  foi muito bem recebido no Dpto. de futmesa, associou-se, e joga lá até hoje.

Como sempre procura colocar Badia, o futmesa é um esporte que não pode ser transformado em rivalidade entre os treinadores, serve para desopilar, esquecer problemas, fazer novos amigos, divertir e, quando acaba o tempo de jogo, tomar uma cerveja com o adversário, dar risadas dos erros, vangloriar-se dos acertos, sempre lembrando que do outro lado da mesa está uma pessoa que devemos respeitar e preservar como amigo, pois tudo é somente um jogo de botão !

5 comentários:

LUÍS FELIPE LOBATO disse...

Grande homenagem a esta fera, pois Badia merece é uma cara sensacional e nada mais justo que está lembrança do Gothe.
Parabéns Badia !

lhroza disse...

LH.ROZA....
BADIA complementando sua colocação,venho reafir que o jogo de "botões" faz esquecer problemas pessoais,é como um desestressador natural....
Um forte abraço

Fernando Tillmann disse...

Tenho a honra de jogar ao lado de um cara com um coração enorme, sem dúvida uma grande pessoa (não estou falando da altura). Parabéns, um forte abraço.

ASSOCIAÇÃO RIOGRANDINA FM disse...

Amigos do futmesa... Vamos demonstrar nosso carinho pelo amigo Nilson News e vamos apoiar esta causa, mais do que justificável!!! Grande iniciativa do Jéferson!!!!
1 abração a todos!!!

ASSOCIAÇÃO RIOGRANDINA FM disse...

É com tristeza que vejo o fato de minha estimada associação ter ficado de fora do Estadual de Lisos!!! Amigos (literalmente), como uma associação pode ser - ou ao menos tentar - uma das maiores do Brasil, se nem ao menos disputa a PRINCIPAL modalidade da Regra Baiana? Ou será que nós, associados da ARFM, nos contentamos em ficar conquistando o que já foi conquistado em outros anos? Pessoal, para quem nunca disputou um Brasileiro, existem duas categorias: Especial e Livre... Não acredito que vocês não almejam conquistar a categoria Especial!!! Ou é melhor seguir ganhando na Livre, que simplesmente não existe no resto do país!? Vamos abrir o olho, gurizada, estamos nos comportando como um clube grande que se satisfaz ganhando campeonato regional!!!!
1 abraço a todos e Rumo a Categoria Especial!
Alex Degani