sábado, 30 de abril de 2011

GOTHE CROMO GOL - UMBERTO NUNES




















Futebol de Mesa e Ortopedia ? Sim Senhor !

Animado pela brilhante história do meu amigo Robson no blog do Gothe, resolvi relatar aqui a minha história no futebol de mesa, que se confunde com minha história na ortopedia. É interessante que cada pessoa tem histórias interessantes a contar, eu gostaria de ler um dia o relato do meu amigo e maior ídolo Guido Garcia (N.E. Já disponível no GOTHE CROMO GOL no www.gothecromogol.blogspot.com ou no link no topo do DICAS DE LINKS na barra lateral), de como ele começou a jogar, etc. Já li algumas histórias dele no blog do Círculo Militar de Poa, mas queria saber mais. Enfim, relato a minha história.

FUTEBOL DE MESA NO INTERIOR

Acreditem, meu primeiro contato com o futebol de mesa foi aos 6 anos, numa casa de campo nas férias ao visitar meu avô paterno, ao ver meu tio Airton e meu primo Júlio jogando na mesa da cozinha com botões de roupa. Na hora peguei alguns botões e fui jogar. Chegando das férias, os botões das roupas de casa começaram a desaparecer.

Daí foi para botões feitos em casa, times mesclados com tampas de vidro em que eu, meu primo e meu tio jogávamos na cidade todos os sábados um campeonato que durava o ano inteiro, com primeira, segunda, terceira divisões, cada um com 16 times, sabíamos a escalação completa de cada um dos times, porque pegávamos na revista Placar que meu tio assinava na época.

FUTEBOL DE MESA E ORTOPEDIA

Ao entrar para a faculdade de medicina o futebol de mesa ficou de lado, pois o tempo era dedicado aos estudos, pois a medicina assim exige. Também meu primo mudou-se de cidade, sendo ele meu principal companheiro no futebol de mesa (na época jogo de botão). No 5° ano da faculdade comecei a gostar da área de ortopedia e conheci um ortopedista, Luis Alberto Torre, e comecei a acompanhar seus plantões na Sta. Casa de Pelotas.

Transformou-se em referência para mim como ortopedista, como amigo e ......no futebol de mesa, pois conversa vai, conversa vem descobri que ele também gostava de praticar o esporte. Daí foi um passo para começarmos a jogar juntos. Fomos ao COP (Círculo Operário Pelotense) pois o Luis Alberto conhecia como paciente uma pessoa que era de lá e que só falava em "botão", chamado Jader Morales.

Ele e o Rosinha, pessoas incríveis, orientaram-nos a fazer cada um time oficial, lixaram para nós, e fomos disputar em 1989 a segunda divisão do COP, com times iguais, o Luis Alberto com um time verde e eu com um amarelo, sem nome, só com número. Ao final do ano, chegávamos à primeira divisão, ganhando até de alguns botonistas mais cotados.

Mas como estávamos treinando? Essa é ótima. O plantão do Luis Alberto era na sexta-feira, com muito trabalho até a meia-noite, depois acalmava. Seu consultório era em frente ao plantão, bastava atravessar a rua, e ele tinha uma sala sobrando, eu tinha uma mesa de botão "quase" oficial sobrando, entenderam ?

Jogávamos toda sexta, no plantão (não conseguíamos dormir mesmo) da meia-noite até 2 ou 3 horas da manhã, ríamos, tirávamos o estresse do plantão com o futebol de mesa. O Adão, um enfermeiro da Sta. Casa avisava quando chegava um caso para atender e em menos de 1 minuto estávamos atendendo, e depois voltávamos a jogar.

Hoje o meu amigo, colega Luis Alberto Torre reside em Canguçu e soube que está voltando a jogar por lá. A turma do futmesa de Canguçu é sensacional, tomara que os encontre novamente.

SANTA VITÓRIA DO PALMAR - FUTEBOL DE MESA DE VERDADE

De 1990 a 1993 fui fazer residência em Ortopedia na Sta Casa de Poa, afastei-me do futebol de mesa, pois a ortopedia tomava conta do meu tempo, além do que, em 1992 nasceu minha filha, e o tempo que sobrava dedicava a ela.

Ao terminar minha especialização fui trabalhar na Sta. Casa de Pelotas e na cidade de Santa Vitória do Palmar, onde resido até hoje. Lá, nos meus primeiros dias contaram-me que na cidade havia uma associação em que jogavam excelentes botonistas com Robson e Guido. Na hora os procurei e comecei a jogar achando que não deviam ser tão bons assim como comentavam.

Mas bah ! Nos meus primeiros jogos foram 0x4, 2x6, eu já ficava feliz quando ao menos conseguia fazer um golzinho, era baile e baile. Mas como todo apaixonado por um esporte, quanto mais eu perdia, mais queria aprender e aí chegou, como sempre, o Mestre.

Meu grande ídolo, professor e amigo Guido Garcia, talvez por enxergar uma pessoa que realmente se dedicaria ao esporte, ensinou-me TUDO que sei hoje sobre o verdadeiro futebol de mesa. Desde um bom time, uma régua, a educação na mesa, o treino, a tática. Como se não bastasse isto, era meu companheiro de treino duas a 3 vezes por semana, na minha casa ou na dele, vejam que privilegiado eu fui.

MEU PRIMEIRO CAMPEONATO OFICIAL

Disputei os campeonatos internos de Sta Vitória, e mesmo não os vencendo, o Guido estimulou-me a "sair" pois viu que eu estava evoluindo bastante. Em 1997 fui disputar em Rio Grande o Estadual Especial.

Na saída classifiquei-me na primeira fase e peguei o grupo do saudoso Nilson do COP, sendo que na última rodada precisava ganhar do Nílson para me classificar. No intervalo estava 1x0 pro Nílson, o Guido veio me dar força (não esquenta, o cara joga muito) e eu falei que o jogo estava pra mim.

O Guido virou as costas e foi para sua mesa, talvez pensando que eu estivesse delirando. Final, ganhei de virada 2x1, o Guido me atirou para cima com uma felicidade que eu jamais esqueci. Cheguei nas oitavas, desclassificado nos pênaltis pelo Alex Degani, um dos maiores botonistas do Estado e do Brasil, que acabou campeão (o Guido vice) naquele ano.

OUTROS CAMPEONATOS

Lembro o Centro-sul brasileiro em Poa, em que eu tinha que ganhar do Nilmar do COP (na época) para passar às oitavas, o Guido já classificado assistindo. Viu o quanto eu estava jogando, 0x0, quando fiz uma jogada pela esquerda com o meu time do Cruzeiro, cópia do time do Guido. Pedi a gol, o Guido veio no meu ouvido: - concentra que dá, era um chute muito difícil, mas a força mental do Guido fez a bola entrar, o Guido me atirou para cima, meus óculos saltaram longe, venci 1x0, e foi o momento mais bonito em termos de torcida e amizade que tive, jamais esquecerei.

Em 1999 fomos coroados com a conquista do Estadual por Equipes cavado (eu, Robson, Guido e Fred) e agora o título mais importante da minha vida, o Estadual por Equipes Liso. Sempre acompanhado do Guido e do Robson, como não ganhar? E agora com o Vinícius, o futebol de mesa ficou mais gostoso de jogar, pois formamos uma equipe de amigos, e se Deus quiser, agregando mais e mais amantes do futebol de mesa.

Grato a todos pelo companheirismo, especialmente ao meu ídolo e amigo Guido, mestre e incentivador.

11 comentários:

Vinicius disse...

Linda historia Umberto, parabéns por tudo que tu conquistaste, e pelo que tu és como pessoa, tenho a honra e o prazer de ser seu amigo, e conhecer muito mais de você que esta historia contada, posso afirmar você é um cara 100%.
Obrigado por ser meu amigo...
Abração PRESIDENTE...

Daniel disse...

Mais um diamante do futebol de mesa, mais um filho da Santa Vitoria, não poderia ser diferente.
Humberto parabéns por tudo e principalmente pelo carinho e respeito que tens pelos teus amigos.

Dani

Anônimo disse...

Parabéns pela história Humberto, tive oportunidade de jogar contra ti umas duas vezes e sei da lisura e da pessoa que és na mesa!
Abração
Badia

Guido - Maletas para Futebol de Mesa disse...

Talvez o gol mais bonito e mais importante do nosso Presidente tenha sido o da reconstrução da Associação Santavitoriense de Futebol de Mesa. Com ela de volta estamos tendo a oportunidade de conviver novamente nesse ambiente de fraternidade que o esporte nos proporciona. Respeitar o adversário - sabendo que do outro lado da mesa está um amigo e não um inimigo a ser eliminado - ser leal, são princípios que o Umberto trouxe de volta com a refiliação da ASFM. Somos um grupo privilegiado pois a alegria da convivência supera qualquer expectativa de uma eventual vitória. Derrota é não poder desfrutar de momentos tão descontraídos. O Umberto é a nossa referência.
Só falta agora o depoimento do amigo do Júnior - o "Zeca Pé-Torto" - que foi atendido num desses plantões que ele fazia na Santa Casa junto com o Torre - que joga em Canguçú. Diz o enfermeiro Adão - testemunha ocular e juiz das partidas - que quando um pedia ao gol o outro perguntava qual era o convênio....

Maurício disse...

Muito legal e bonita tua história Umberto!!!

Parabéns pela persistência, pois sabemos como e difícil conciliar a nossa profissão com os nossos hobys!!!

Grande abraço!!!

Maurício Ferreira ( Chambinho).

Roberto disse...

Pessoal este cara que escreveu este relato histórico , tenho o privilégio de conhecê-lo desde 85 , pois além de sermos colegas de faculdade , nos tornamos grandes amigos e quis o destino que as mesas de botão se tornassem mais um elo na nossa amizade . Parabéns pelo tua rica história no Futmesa e que continues sendo a pessoa humana , sincera e amiga que temos a honra de ter neste esporte .
Abração do colega e amigo Roberto !

Robson Betemps Bauer disse...

Grande Umberto, pessoa formidável, uma das mais brilhantes que conheço. Parabéns pela bela história.
Aproveito para te agradecer Presidente, pela força incansável que tivesse para a refiliação da nossa associação. Sei que não foram momentos fáceis nem prazerosos, mas que com sua persistência e principalmente amor pelo esporte e companheiros, fez com que buscasse forças para vencer esta batalha. Concordo com o Guido, acredito que tenha sido um dos gols mais bonitos que fizesse.
Agora, podemos ter o prazer de, juntamente com outros grande amigos de nossa associação, fazer o que mais gostamos, jogar futebol de mesa.
Obrigado Umberto por tudo isso e pela excelente pessoa que tu sempre é.
Abração !!!!

ASSOCIAÇÃO RIOGRANDINA FM disse...

Umberto... Esse é o cara!!!
Grande pessoa... Parabéns e felicidades sempre!
1 abraço
Alex Degani

Umberto Nunes disse...

Somente pude entrar na internet agora, estava louco para ver minha história no blog mais importante do futebol de mesa brasileiro e, que honra, quanta demonstração de amizade e consideração. Não mereço tanto, obrigado queridos amigos, pelos comentários e pelos pensamentos positivos, é muito bom conviver com os amigos de todas as associações.
Grato, Gothe, pela honra.

Eduardo Manzke disse...

Grande Umberto

Grande história, só tenho pena dos pacientes que o Umberto e o Torre atendiam depois de uma partida, hahah, brincadeiras a parte, grande pessoa, honesta, integra, justa a homenagem..

Parabens Gothe por esta homenagem aos grandes botonistas do nosso RS.

abraço

lhroza disse...

LH.ROZA
Grande Umberto....
Nossas saudações pela bela narrativa. Ficamos lisogeados, por ter feio parte de sua iniciação, neste esporte tâo marcante em que o mais prazeiroso são as amizades que conquistamos.
Um forte abraço