sábado, 11 de dezembro de 2010

GOTHE CROMO GOL




















Por Ricardo Gothe - Tem pessoas, botonistas, que transcendem os títulos. Já desfilamos incontáveis jogadores de grande qualidade nesta série, lendas, ícones, mas há um tipo de técnico que diz ao Futmesa o que ele de fato precisa como espírito.

Dani Junqueira do Círculo Militar de Porto Alegre (foto), é um deles, mangas arregaçadas sempre para fazer acontecer em nosso esporte. Não somos próximos, mas com certeza amigos. Me visitou outro dia em meu espaço profissional, direto como sempre, sincero como sempre, honesto como sempre.

Saiu, fiquei pensando, existem Campeões sem faixas, craques com brilho próprio sem os quais o Futmesa será apenas uma disputa entre técnicas, nunca uma virtude de pessoas. Com você, contado por ele mesmo, um pouco da história de Dani no nosso Futmesa.

" Daniel Junqueira de Lemos, quarenta e dois anos, Portoalegrense.

Iniciei como muitos de minha geração, privilegiada, onde as crianças brincavam com muito mais prazer do que hoje.

Com oito anos no natal de 1976 fui presenteado pelo meu pai, um amante do futebol, com um estrelão com quatro times de panelinha, da já extinta Brinquedos Estrela.

Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, que vinham com as carinhas dos jogadores. Era sensacional.

Logo eu e meu irmão Marcus descobrimos amigos da vizinhança que gostavam daquela brincadeira. E com o tempo foram surgindo os primeiros campeonatos.

Tovemos a descoberta mais tarde dos famosos puxadores de acrilico, comercializados pelas tabacarias de bairros, que hoje não existem mais.

Houve a evolução natural dos nossos campeonatos, que foram ficando cada vez maiores, juntando em torno de vinte meninos com varios Estrelões.

Passávamos tardes inteiras jogando. Era uma das regras que com o tempo foram unificadas para a regra Gaúcha.

Lembranças gostosas, cheguei a ter quarenta times, todos com camisetas, devidamente uniformizados.
E as trocas e compras eram tratadas como verdadeiras contratações.

Em 1984, com dezeseis anos, um amigo de bairro, Henrique apareceu em minha casa, com um time bem maior do que conheciamos, me causou muita curiosidade. Entusiasmado, contou que havia trocado com um menino e que conhecera um lugar que se jogava " Futebol de Botão Profissional ", com mesas enormes e goleiras com redes.

Os campeonatos eram jogados em uma Associação. O relato foi tão emocionante, e nos organizamos para conhecer tal lugar. Queriamos saber mais daquele universo que não conheciamos.

E num sabado, eu, Henrique, Anselmo, Severo e Alex fomos a tal Associação " AFUMEPA " . A euforia foi total, ficamos muito impressionados com o que vimos. Tínhamos que adquirir os times e como faríamos os campo de jogo é o que pensávamos.
No local conversamos com um senhor, que não me lembro mais o seu nome, que nos deu uma copia xerox da regra com as medidas da mesa.

Foi o começo de tudo. Saindo da Afumepa começamos a planejar e determinar tarefas no grupo. Alex ficou responsável pelo estudo da regra de jogo, para depois repassar a todos. Henrique e Severo responsáveis por adquirir os times. Eu e Anselmo em fazer o campo, a mesa de jogo.

E QUE MESA !

Meu pai tinha trocado sua cama de casal e a velha foi parar na garagem. O estrado da cama era uma chapa, adivinhe !

Marcação feita, ripas para isolar as extremidades, e as goleiras?

Fizemos com as madeirinhas redondas dos cabides, estes que são usados pelas lavanderias de hoje. A rede foi um mosqueteiro de um berço de criança.

Tudo pronto, nós cinco começamos nosso campeonato da Ricalde Marques, nome da rua que morávamos no Passo D'areia.

A garagem de meu pai virou nossa sede, tudo armado, limpo, com tabela fixada na parede. Durante a semana à noite e nos sábados sempre tinha jogo.

E logo iniciei os mais novos, meus irmãos Marcus e Rafael, meus primos Cristiano, Diego e Tiago e os vizinhos Gustavo, Daniel Ordhai e Paulinho.

Com a ajuda de Severo adquirimos mais times e quando nos demos conta áramos doze jogando. Como era bom, e como está sendo bom relembrar aqueles momentos.

Em 1988 com vinte anos decidi jogar na Afumepa e foram comigo Cristiano e Diego. Lá encontrei com ex colegas do Colégio Vicente Pallotti, Leandro, Elizandro e Elias. As competições eram longas e bem organizadas, com data e hora marcadas e cumpridas.

Foi uma ótima evolução para nós.

Mas a garagem nunca morreu, mesmo com a mudança para outro bairro o Jardim Sabará. Em 1992 com vinte e quatro anos me afasto por motivos profissionais e deixo de jogar por treze anos.

Os nossos queridos botões ficam guardados na garagem, eram seis caixas abandonadas ao pó, pois como era o maior mobilizador da familia, os demais também abandonaram.

Em 2006 encontro um amigo especial, Rogério Feijó, conversamos muito, e para minha supresa o cara tava jogando futebol de mesa na Academia Franzen.

Convites e mais convites, e eu me esquivando, até que resolvemos bater uma bolinha. Foi na Afumepa com a cortesia de um amigão o velho Bartz.

Eu, Rogério, João Luiz e Bartz, fizemos um quadrangular no qual fui Campeão, mas o importante foi que a muito não me divertia tanto.

Foi quando Rogério me intimou avoltar a jogar, e que a volta tinha que ser com sua turma, que era muito boa.
E não deu outra, cachaça, botão é cachaça !

Da Franzen acompanhei o grupo que fundou o Circulo Militar e acabei trazendo meu irmão Marcus e o primo Cristiano a ativa novamente.

De volta a este mundo especial, resgatei muitos amigos e fiz novos.

Que com certeza são os meus maiores titulos ".

* montagem by Gothe Gol

ANIVERSÁRIO !!!




















Quem está de aniversário hoje é o Campeão da Taça RS Michel da Riograndina. Os parabéns da editoria do Gothe Gol e com certeza dos botonistas e de todos os Web-leitores do Portal do Futmesa.

* foto by Riograndina

LANCES RÁPIDOS

* Hoje ainda todas as informações do Academia All Star Liso Open com os craques em torneio na cidade de Pelotas no Rio Grande do Sul.

* Visitaremos hoje o Círculo Militar, no cardápio algumas cervejas e amistosos no Livre e no Liso.

* Amistosos de final de ano já combinados com o "mineiro" Ricardo Bacci Acunha e o "paulista" Chambinho.

* Mazembe passa pelo Pachuca e a zebra está solta nas areias movediças do deserto no torneio de final de ano em Abu Dhabi.

* Vem aí a seleção brasileira de 1970, uma homenagem ao melhor time que já vi jogar na vida.

Um comentário:

Cristian Ferreira da Costa disse...

o Dani é o mestre e tenho dito!!!!